RMF coorganizou sessão técnica e fez parte de painel sobre ferramentas para diminuir distorções de gênero no setor florestal.
A Rede Mulher Florestal (RMF) escalou ao nível internacional as discussões sobre equidade de gênero no setor florestal em participação no Congresso da União Internacional de Organizações de Pesquisa Florestal (IUFRO), realizado este ano entre os dias 23 e 29 de junho em Estocolmo, Suécia.
Na programação do Congresso, a rede coorganizou e apresentou com lotação máxima a sessão técnica “Equidade de Gênero no Setor Florestal: Passado, Presente e Futuro”, que envolveu diversos estudos de caso mostrando práticas para promover equidade de gênero, especialmente a inclusão de mulheres no setor, assim como exercícios para pensar em um futuro do manejo florestal promovendo a transição climática justa e integrada à diversidade, equidade e inclusão.
A sessão técnica também foi a oportunidade de o público internacional conhecer o trabalho da RMF, principalmente as iniciativas desenvolvidas pelos seus grupos de trabalho (GTs) junto às associadas.
“Apresentamos a estrutura de governança da RMF e o nosso desafio de conseguir dar voz a tantas realidades femininas diferentes dentro do setor, tanto das mulheres que vivem na floresta e em comunidades menores na Amazônia quanto daquelas que trabalham no mundo corporativo”, relatou Rafaela Kern, coordenadora do GT Mulheres na Tomada de Decisão da RMF e uma das apresentadoras da sessão. Além de Rafaela, participaram como oradoras as associadas Ana Luiza Violato e Ana Carolina Vieira.
Desafios em comum
Englobando diversas experiências em lugares distantes do globo, a RMF identificou na sessão técnica padrões constantes que unem as insatisfações de mulheres pelo mundo: baixíssima representação feminina no setor (menos de 20% em diversos casos), casos de assédio, diferenças salariais, incertezas do mercado diante da capacidade das mulheres, entre outros.
“No Canadá, por exemplo, 19% do setor florestal é composto por mulheres. Isso é quase os 18% que encontramos no Panorama de Gênero 2022 com dados de presença feminina do setor no Brasil”, destacou Bárbara Bomfim, presidente da RMF. “A predominância masculina, trazendo o componente de não incluir mulheres, é uma verdade ainda em diversos países”, concluiu.
A Associação Internacional de Estudantes Florestais e o FSC (Forest Stewardship Council ®), que a RMF é membro da câmara social sul, foram organizações que forneceram ferramentas para desafiar essas distorções de gênero identificadas durante a sessão técnica. Entidade que certifica milhares de hectares de manejo florestal ao redor do mundo, o FSC® mostrou critérios de gênero que estão sendo desenvolvidos pela organização.
Painel e estudos de caso
Representada por Bárbara Bomfim, a RMF também esteve presente no painel “Sessão S5.4: Na prática da igualdade de gênero e inclusão do setor florestal”, que abordou o tema de modo mais prático e elencou pontos fortes e fracos na trajetória diária da equidade de gênero.
Também fizeram parte da mesa representantes do FSC®, da Sociedade do Bem Estar da Mulher (Women`s Welfare Society), do Conselho de Equidade de Gênero do Setor Florestal da Suécia, da Iniciativa Livre para Crescer (Free to Grow Initiative, localizado no Canadá) e da força tarefa da IUFRO pela equidade de gênero.
O Congresso da IUFRO, que ocorre em um intervalo de cinco anos, é o maior evento do mundo do setor florestal. As associadas da RMF Larissa Topanotti e Katia Pichelli também marcaram presença feminina no encontro.
Bárbara Bomfim teve o custo de inscrição e parte de seus custos de alimentação e transporte terrestre cobertos pela Rede Mulher Florestal para sua representação no Congresso IUFRO. Bárbara atua como voluntária no Conselho Diretor da Rede e cobriu com recursos próprios sua passagem aérea, hospedagem e demais custos.
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